A desigualdade de gênero ainda é um problema no mercado de trabalho, embora já tenham ocorrido progressos. No âmbito das startups, ainda há muito a melhorar, mas algumas iniciativas buscam aumentar a participação das mulheres no ramo de tecnologia.
O que é a desigualdade de gênero?
A desigualdade de gênero consistem em dar diferentes condições de acesso ao trabalho, promoção na carreira ou salário, por exemplo, apenas pelo fator gênero.
De modo geral, os homens, ao longo da história, ocupam a maioria dos cargos de gestão e liderança, ainda que se tenha mulheres na equipe com a mesma qualificação ou até superior. O mesmo ocorre em relação a vários outros aspectos, como:
- salários diferentes para a mesma função;
- valorização do trabalho executado.
Isso nem sempre ocorre de forma visível, mas pode ser notado pelo baixo percentual de mulheres que ocupam cargos relevantes em uma empresa. Ainda, mesmo aquelas que conseguem romper essa barreira, sofrem, em muitos casos, com situações de assédio.
Leis para promover a igualdade de gênero
Nesse cenário, surgiu a Lei 14611/2023, que visa combater a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. Em resumo, dita que as empresas não podem pagar salários diferentes para homens e mulheres que exercem a mesma função e tem qualificação igual.
Caso a empresa não cumpra, pode sofrer multa que chega a até dez vezes o salário de direito do trabalhador. Ainda que essa seja uma medida válida, há muitos casos em que a discriminação ocorre de forma velada.

Quais são os principais motivos de desigualdade de gênero?
A desigualdade de gênero tem raízes culturais, uma vez que por muito tempo se acreditava que a mulher devia ficar restrita ao ambiente doméstico. Ou seja, cuidar da casa e dos filhos.
Isso também reflete em um receio por parte das empresas de que a mulher precise se afastar por um período em caso de gravidez. Por conta disso, têm menor chance de avançar na carreira.
Qual é a realidade da desigualdade de gênero nas startups?
Mesmo nas startups, a desigualdade de gênero ainda é presente, uma vez que cerca de 90% das empresas brasileiras são fundadas apenas por homens. Segundo o estudo Female Reports, aliás, só 5% delas têm mulheres como fundadoras.
Outro ponto que chama a atenção é que as startups lideradas por mulheres têm maior dificuldade em obter recursos, como aportes externos, por exemplo. Por isso, muitas dessas empresas ainda nem passaram pela validação de seus produtos.
Os casos de assédio também fazem parte dos relatos de mulheres que buscam recursos para investir. Além disso, questões sobre maternidade e filhos são comuns em reuniões, o que não ocorre entre os homens.
Quais são os exemplos de iniciativas para combater a desigualdade de gênero?
Como forma de combater a desigualdade de gênero no Brasil e no mundo, surgiram iniciativas como a Rede Mulher Empreendedora. Ela apoia o empreendedorismo por meio de:
- cursos;
- eventos;
- mentorias;
- networking.
A partir disso, mulheres conseguem estruturar novos negócios, bem como, firmar parcerias e aprender novas técnicas que podem aplicar nas empresas.
We Ventures
Esse é um fundo que investe apenas em startups que têm ao menos uma mulher como fundadora. Assim, a ideia é dar a chance para que esses projetos possam crescer e ocupar mais espaço no mercado.
Entre as empresas nas quais já investiu está a PackId, que usa a tecnologia e inteligência artificial para monitorar condições ambientais. Outro exemplo é a Mobees, uma startup que instala painéis de led em carros de aplicativos para publicidade.
Diver SSA
Com foco de atuação nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, essa iniciativa fomenta ideias que resolvem problemas locais. Além disso, promove o acesso a cursos com experts em várias áreas, além de networking para quem busca captar recursos.